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Agora que os remakes estão aí à porta... É bom recordar um dos melhores RPGs de sempre.
Star Wars: Knights of the Old Republic (KotOR) é um RPG da BioWare publicado pela LucasArts, sendo lançado para PC e Xbox em 2003, sendo o primeiro jogo da mítica serie de George Lucas a abraçar o famoso género dos RPGs. E não podia ter tido uma melhor estreia: KotOR é um dos melhores jogos de todos os tempos e sozinho justificava a compra da primeira consola da Microsoft.
O jogo que me fez comprar uma coisa destas...
Em julho de 2000, a BioWare anunciou que estavam a trabalhar com a LucasArts para criar um RPG baseado no universo de Star Wars. A decisão de criar o jogo quatro mil anos antes de Star Wars Episódio I: A Ameaça Fantasma foi um dos primeiros detalhes sobre o jogo a ser anunciado, com a BioWare a escolher este caminho para ter uma maior liberdade criativa, podendo explorar este enorme universo sem colidir com a história dos filmes.
Embora originalmente a BioWare tivesse a intenção de lançar o jogo nas outras consolas da 6ª geração, a verdade é que o título acabou por ser um exclusivo Xbox (no universo das consolas), pois era a consola mais poderosa e evitava que a produtora perdesse tempo a otimizar recursos, lançando um jogo muito parecido à versão PC, para além de que neste género em especifico a concorrência na máquina de Bill Gates era quase nula, pelo que KotOR poderia facilmente assumir-se como a bandeira da Xbox.
No início da aventura podemos escolher personalizar totalmente a personagem que vamos utilizar ao longo do jogo, escolhendo o sexo e as características físicas que mais nos são apelativas. Um dos melhores elementos deste clássico é a possibilidade que dá ao jogador de escolher que tipo de personagem quer ser, ou seja, se quer manter-se no lado bom da Força ou se quer sucumbir ao lado negro da Força, escolhas essas que são determinadas por ações, diálogos e decisões que o jogador pode fazer ou não ao longo jogo. Generosidade e altruísmo leva ao lado bom da Força, já pensar em si mesmo e ações violentas podem levar ao lado negro, o que vai alterar a aparência do personagem, tornando seus olhos amarelos e sua pele cinza – como um verdadeiro Sith.
Darth Malak, um Lorde Negro dos Sith e aprendiz de Darth Revan, soltou a armada Sith contra a República Galáctica. A ação de Malak deixa os Jedi amedrontados e vulneráveis; muitos Cavaleiros Jedi morrem na batalha e outros aliam-se à Malak. O jogo começa com o personagem que o jogador criou a acordar dentro de uma nave republicana prestes a ser destruída, e sem nenhuma memória do seu passado. Depois de escapar da nave, o personagem vai ganhando companhias e vai-se lembrando de partes do seu passado, enquanto tenta impedir as forças de Malak. Para fazê-lo, o personagem principal e os seus companheiros procuram por Star Maps que juntos revelam a localização da Star Forge, uma antiga estação estelar que dá enorme força à Malak.
Dependendo das ações do nosso personagem, podemos usar a Star Forge para derrotar os Sith, ou, caso optemos pelo lado negro da Força, roubar o poder da estação de Malak para dominar a Galáxia, tornando-nos um Lorde Negro dos Sith. Relativamente ao enredo o melhor elogio que podemos dar é este: não fica a dever quase nada ao que vimos nos filmes. Para quem é fã da saga jogar KotOR é uma experiência obrigatória. Preparem-se para algo marcante.
A critica especializada aclamou KotOR como um dos grandes jogos de 2003 e os jogadores aderiram em massa a esta nova experiência Star Wars, que pela sua qualidade global conseguia agradar mesmo aqueles que não são fãs do universo de fantasia criado por George Lucas. O jogo foi um sucesso retumbante e as vozes que pediam uma sequela foram cada vez mais e, como tal, a BioWare não podia ficar quieta.
Star Wars: Knights of the Old Republic II: The Sith Lords (KotOR II), é o nome da ansiada sequela , desenvolvida pela Obsidian Entertainment (a BioWare estava na época ocupada com Jade Empire) e publicado pela LucasArts, sendo a sequela direta do primeiro titulo, ocorrendo também no período da Antiga República, aproximadamente quatro mil anos antes dos eventos vistos em A Ameaça Fantasma.
Tal como no original, em KotOR II o jogador interpreta um personagem personalizável, ocorrendo 5 anos após o final do primeiro jogo, num mundo ainda mais negro e apocalíptico, em que a situação dos Jedi está pior do que nunca.
No entanto, apesar de KotOR II ser um excelente jogo, não conseguiu atingir a excelência do jogo original, não introduzindo novidades de realce e perdendo alguma da magia e brilhantismo que marcou o primeiro KotOR. Anos mais tarde, o produtor Chris Avellone afirmou numa entrevista que a Obsidian não teve direito ao tempo necessário para trabalhar no jogo, tendo havido bastantes localizações que não passaram do papel, pois houve bastante pressão para que o lançamento do jogo fosse despachado, pois a situação da Xbox não era famosa, e KotOR era um dos seus maiores trunfos.
O duo KotOR é uma imagem de marca da Xbox, e são títulos pelos quais a compra da consola já é justificada. Para os aficionados por Star Wars são duas experiências absolutamente imperdíveis e que alargam e completam a nossa experiência com esta magnifico universo. O primeiro KotOR é unanimemente considerado com um dos melhores jogos de todos os tempos, sendo um dos melhores cartões de visita do que de bom se faz na BioWare. Pegar numa das séries mais acarinhadas do mundo é uma responsabilidade enorme, pois as expetativas dos fãs são sempre grandes e as críticas, caso o produto final não corresponda, são duplamente duras. Mas a BioWare não se amedrontou e ofereceu à comunidade gamer um dos melhores títulos de sempre.
Análise Multi Consolas nº 35, Outubro 2003
Os 50 Melhores Jogos de Sempre, BGamer 2007
Análise a KOTOR 2, Maxi Consolas nº 52, Abril 2005
