so que eu quando disse ficheiros pessoais falava de ficheiros cujo autor fosse o utilizador final..
como disse percebo exactamente o teu ponto de vista, e não estou de forma alguma contra ele.. por isso digo.. se a alteração for num serviço prestado pela propria empresa e enquanto não te instalar o Big Brother em casa está bem..
Não costumo entrar em discussões deste género, mas esta parece-me digna disso.
Confesso que todos os PCs que uso (com excepção do portátil, que só tem o XP Home) são geridos através do WSUS, para diminuir os consumos de tráfego e gerir melhor as actualizações, pelo que creio que ainda não deva ter sido afectado por este "acontecimento".
Agora, a parte mais técnica. Já foi dito várias vezes, é só para sintetizar.
1) Quem compra software adquire apenas uma licença de utilização, e não o software em si;
2) Não obstante, depois de instalar o software, é o utilizador final que decide o que fazer com ele, seja o que for, desde que cumpra o EULA (acordo de utilização);
3) EULA esse onde se inclui, por exemplo, a proibição de "desmontar" o software, para saber como foi feito;
4)
QUALQUER alteração ao software instalado
TEM de ser autorizada pelo utilizador, ou pelo menos partir de uma acção directa deste (autorização implícita), quanto mais não seja porque alterações ao software podem pôr em causa o funcionamento desse próprio software, ou de outros que dele dependam;
5) Pelo que acabei de dizer, não pode haver
NADA no EULA que obrigue o utilizador final a aceitar todas e quaisquer actualizações/modificações ao software postas à disposição por parte da empresa criadora;
6) Consequentemente,
TODA E QUALQUER violação destas normas constitui, por parte do software violador um comportamento de "malware", e, por parte da empresa que cria/distribui a modificação um comportamento contrário ao EULA (que dá direito a reembolso do preço de aquisição), um abuso de confiança e uma invasão da privacidade, qualquer delas punida pelo ordenamento português.
Posto isto, a minha opinião pessoal.
Confesso que gosto da Microsoft, e até sou um Microsoft-o-dependente. Contudo, não posso concordar com este tipo de atitudes. O que a Microsoft quer, e isso já se sabe, é ter o maior controlo possível sobre a base instalada de software por si produzido, e em especial do que não foi pago. Isto talvez passasse despercebido, não fosse o facto de o Autopatcher ter deixado de existir, por ordem da Microsoft.
Concordo que a Microsoft queira impedir o acesso a actualizações e downloads de PCs com o Windows que não tenha sido pago. No entanto, esta NÃO é a forma de o conseguir, e só passa a mensagem de que está disposta a cometer ilegalidades para atingir os seus fins, o que só vem dar razão a muita gente que diz que a empresa tem complexos de Big Brother.
Aguardo para ver novos desenvolvimentos deste caso, nomeadamente notícias sobre o que mudou no serviço de actualizações, que provavelmente passou a ter "carta branca" para mudar o WGA/WGN sem sequer o utilizador dar conta disso. Eu pessoalmente recuso-me activamente a ter o WGN em funcionamento, em qualquer sistema. Consome recursos e é mais uma potencial brecha na segurança do PC, que não tem qualquer fundamento de existir. Quem tem o Windows ilegal sabe-o perfeitamente sem precisar que o avisem disso (mesmo o "Zé da Esquina" que não percebe nada de PCs consegue dar conta de que não recebeu um dístico com "muitas letras e números, e com um holograma", que todos os PCs OEM trazem, ou então um CD com muitas cores e o símbolo do Windows), e o WGA encarrega-se de impedir o acesso aos downloads do Windows Update e do site da Microsoft...
Como disse, aguardo novos desenvolvimentos. Até lá, limitar-me-ei a observar.
Cumps.
Miguel